A realização de um projeto num centro de uma cidade como Viana do Castelo, é um desafio de grande exigência e motivação para o nosso gabinete.

O terreno situa-se numa zona particular, onde foram encontrados vestígios arqueológicos, recolhidos aquando do desaterro do terreno, que indicaram tratar-se da zona mais antiga da cidade.

A criação de um edifício que se destaque e, no entanto, respeite os valores da cidade e a sua envolvente, exige um cuidado extra no que respeita ao desenho. Quanto à volumetria, o projeto estava limitado aos parâmetros definidos no plano de pormenor previsto para o local, que tivemos de cumprir na íntegra. Desta forma, o foco foi a geometria da fachada e a sua materialidade.

No desenvolvimento do projeto, o pensamento foi sempre o de integração com as edificações envolventes, nomeadamente o edifício do Tribunal Judicial de Viana do Castelo, mas ainda assim, criar um edifício com um carácter e presença forte, que se destacasse sem retirar o valor histórico àquela zona da cidade.

Para tal, os materiais utilizados foram o tijolo artesanal maciço de tons castanhos, com uma textura rica e mesclada, que ia de encontro aos tons da cobertura do Tribunal Judicial de Viana do Castelo, edifício que tem uma presença bastante forte na rua, juntamente com a verticalidade e ritmo dos vãos de cor antracite e pequenas floreiras nas varandas, dando ao edifício o enquadramento pretendido para o local.

Neste projeto promoveu-se um cuidado extra em relação a questões ambientais, dado que foi elaborado tendo como princípio a Passivhaus, possibilitando ao edifício bastante eficiência energética.

Como resultado obtivemos um pequeno edifício multifamiliar de arquitetura contemporânea com uma forte presença, porém perfeitamente integrado numa envolvente urbana histórica.